Há dois mil anos, desde que, dizem, fundada esta religião, da qual agora nos visita o seu universal, política e canonicamente, reconhecido e eleito líder, sempre se escreveu sobre a mesma, e nem sempre para a elogiar. Diz-se que a religião cristã nasceu há dois mil anos, mas para mim, com as mesmas bases históricas, mas sem o mesmo seguidismo de crentes que seguem o dogma, tal como um dogma deve ser seguido, nasceu um movimento político, mais tarde adoptado como religião. As razões da confusão histórica devem-se a muitos aspectos e diversas falsas e erróneas interpretações. Em primeiro lugar, há dois mil anos, religião e política confundiam-se, porque ambas tratavam dos mesmo problemas: a vida das pessoas, a organização social, a atribuição da autoridade, confusa entre um líder militar, um líder político e um...religioso, numa terra onde, na altura, só existia uma religião forte e organizada: o judaísmo. Cristo, aliás, nasceu Judeu, como sabemos. E é das poucas certezas, sobre esse homem, que mudou o mundo, com as suas ideias visionárias e inovadoras, mas igualmente irreverentes e controversas. No seu tempo e no seu meio só podia...não ser aceite. Tal como não o foi.
Mais tarde, interessou, a muitos e, nomeadamente a quem queria contestar, de uma vez, a supremacia do invasor, o Império Romano, que Cristo fosse colocado bem mais acima do que ele mesmo pretendeu, e, assim...tornou-se..filho de Deus. Mas aos olhos de quem hoje defende o Cristianismo, e o Dogma, ele mesmo foi um revolucionário e um ilícito, se for visto, como há dois mil anos se pretende...um religioso, um líder, um único o Verdadeiro Filho de Deus, com uma missão...a de trazer uma nova Palavra, e um novo olhar sobre as pessoas e sobre o Mundo. Mas afinal...porque só há dois mil anos surgiu um Profeta (por definição um portador de uma palavra nova e divina, e visionária) e depois desse momento...nunca mais terá surgido? Nem com outra religião, universal, excepção feita ao Islamismo, qual movimento contestatário, qual Partido Comunista da religião da época...
Mas já se analisou a história desta instituição que se apoderou de uma ideia, a ideia de um Cristo, do cristianismo? Já se verificou e tentou entender, porque se continua a considerar que, dois mil anos mais tarde...ainda se defende este ideário, como sendo uma 'ideia nova'...se durante mais de mil e quinhentos anos, quase mil e oitocentos, se tratou da instituição que:
- mais formatou uma cultura, uma civilização e nem sempre pelas boas razões?
- praticou mais crimes contra a humanidade e contra a sua própria, dita, Doutrina?
- se continua a defender que é do Bem que se trata, quando nem se deixa a si mesma intererrogar?
- porque não pode ser questionada?
- porque só sucederam 'milhagres' em países onde a escassez de cultura e o atraso social é maior?
- porque se considera ainda hoje, hoje mesmo, num programa da RTP, tanta gente considera que a visita de um Papa, será uma nova 'tábua de salvação'? (mas salvação de quê e contra quem? Política injusta? Contra uma sociedade consumista, capitalista como ouvir dizer? E porque, assim sendo, não se intervém, dia a dia, em lugar de deixar a intervenção a outros e o segredo para a solução num homem que nada sabe de nós, e nem quer saber? Ou porque se acha que com oração se resolvem problemas ou, pior, não se resolvem, porque se considera que não têm, talvez, solução, mas que a oração mitigará sofrimentos?
- porque pára um país pela visita de um tão insignificante homem?
- porque se fala tanto de tal personalidade, quando no dia seguinte...as dificuldades são as mesmas que hoje, véspera da sua visita existem? E nunca foi um Papa, ou uma oração, ou milhões de orações, biliões delas ao longo de dois mil anos, que resolveram algum problema a alguém?
- porque se acha que com uma fé, a vida será melhor? Se de vida se trata, porque se se trata de qualquer coisa depois dela, da vida, nem uma linha perco a escrever sobre tal disparate ( a vida é um fenómeno, aliás nem isso, é um facto! biológico e nada espiritual!)
- há centenas de anos, há dois mil anos, ou qualquer coisa próximo disso, que se diz que há crise social, crise de valores...crise de ideias, crise de princípios, etc...mas que ...agora...é desta! Desta... com a visita da dita pessoa, a quem chamam de Santo Padre, porque um dia um conjunto de lúgrubes e suturnas individualidades, supostamente iluminadas, na sua confortável vida de luxo e mordomias, elegeu a referida, também individualidade (por definição, o oposto de Divindade, mas respeitada e cegamente seguida como divindade...precisamente o contrário do que Cristo defendia, visto que ele mesmo, furiosa, intrépida e irreverentemente combateu, no Império ao qual se opunha...!!)
....não tenho as respostas todas, ou não tenho a possibilidade de, aqui, as explanar em toda a sua extensão e necessidade, mas na quase totalidade, a resposta é a mesma:
Tudo não é mais do que uma elaborada (em dois milénios!) criação da nossa mente!
Boa semana aos religiosos. Para mim, uma semana normal...ou talvez não, mas por outras razões, bem mais...'terrenas' (porque é na 'terra' que vivo...)
Não resisto a mais um comentário...a confusão...com uma pretensa 'beleza' de um palco para a missa papal em Lisboa...e a menção dos dois mil anos de história da igreja católica, com a adicional...'tem uma obra notável' (de perseguições religiosas, guerras religiosas, assassinatos, crimes e genocídios, destruição de civilizações ou de pequenas comunidades tribais, com a ridícula e criminosa ideia de a Verdade, pertencer aos cristãos e, em particular, aos católicos...).
E diz-se esta gente inteligente e especial. Especialmente iluminada porque detentora de uma verdade que outros não possuem...?!
Oiço um Rebelo de Sousa dizer coisas tão idiotas como isto: a mensagem da igreja,...da universalidade (como??? e isso é bom? E eu que pensava que Cristo, ao defender o respeito pela Pessoa, defendia, por consequência, o respeito pela Diferença!), a mensagem da Evangelização (nem comento...já respondi acima), a mensagem do respeito pela Pessoa Humana...(sim..risque-se da história a Inquisição, os auto de fé, as guerras religiosas (santas...), Cortéz, e outros 'santos espanhóis', as intrigas familiares em Itália e no Vaticano, os abusos de poder e as influências sobre o poder político em regimes obscuros e totalitários...os abusos de poder económico, quando tal foi possível, a omissão e a fuga a respostas como 'segredos' religiosos...os milhagres criados para subjugar, em épocas de duvidosa verdade histórica...e um infindável cortejo de atrocidades...
E lá continuam eles a tirar a esperança das mãos e da mente humanas, para a continuar a colocar nas mãos de uma divindade...e de personalidades supostamente superiores...
Quando veremos o fim de tanta estupidez humana??
Publicada por Alexandre Bazenga em 10.5.10 no blogue nada de novo na frente ocidental
(copiada com a autorização expressa do autor)
Sugiro que os comentários a este post sejam feitos directamente no blogue do deu autor.
ResponderEliminarPois, lá irei.
ResponderEliminarNini